domingo, 25 de julho de 2010
Não preciso, não quero, não me parece
Mal amanhados,
Usados, enviesados
Loucos, emaranhados
Não quero, não invento,
Não quero remendar buracos
Não me quero enfiar em buracos
Mal amados, mal amanhados
Mal amada, já chego eu
Não quero perder o meu sangue,
O meu cérebro
As minhas energias com coisas negativas
Com mentiras,
Com desmotivações, com discursos rotos
Cansados, emalhados e mal cheirosos
Não deixem-me só
Com a minha solidão,
Com as minhas amarguras
Com o meu sofrimento
Com o meu desfalecer para a parca da vida
Estou a desfalecer
Para tudo
Para tudo
Não quero, não me parece, não preciso
O amor nunca se comprou, nunca se premeditou
O amor comigo sempre aconteceu...
terça-feira, 20 de julho de 2010
Percorro e nunca mais chego
Tenho percorrido a vida
como uma ofegante atleta
tenho-a sugado
como a vidente ensanguentada
de dor de amarelo ou vermelho
dorido...
O meu corpo fica amarelecido
como o amarelo da parede da vizinha
como a retrete da parede da Emilinha
Sofro, e sofro e ouço e
escuto, mas nada me fica, mas nada me
cativa, mas nada se gosta
desgostos já foram, já não voltam mais.
Chega de amarelo, de vermelho. de preto, de azul,
de azul!Não? O azul não me cansa,
o azul faz-me viver,
o branco acontece na vida de vez enquando
e é bom viver nesta cor, às vezes?
E vou conseguir, voltar a encontrar
a cidade, o passeio, as vizinhas,
as andorinhas e a minha infância
E vou conseguir encontrar,
outra vez encontrar, reencontrar
e fazer......voltar a criar...
Conseguir, voltar, chegar, escutar , ouvir,
permanecer rodeada de verbos no infinito
EUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
Guga - 21-07-2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
SE EU FOSSE
Se eu fosse um poema
impedia todo aquele
que se diz poeta, de escrever poemas
Se eu fosse um poema
aquele que lesse poesia,
sem o saber ficaria mudo
Se eu fosse um poema
passeava-me em todas as avenidas da Europa,
sobretudo na Avenida dos Campos elísios
Se eu fosse um poema
acabava com os brilhantes opacos
Se eu fosse poema acabaria com a hipocrisia
Se eu fosse poema criaria muitos humildes e todos
rimariam a humildade
Se eu fosse poema regalava-me com o poema «Frutos», de Eugénio de Andrade
saboreava todos os cheiros e trincava a palavra tangerina
Se eu fosse poema andaria por aí, trepava às árvores
colocando poemas em cada folha
Se eu fosse poema transformava todas as crianças em poesia(elas são poesia)
Se eu fosse poema atravessava a África, a Ásia, América, a Europa
engolia um pouco de cultura, para assim escrever o poema maior do mundo
Se eu fosse poema vasculhava as ideias de Fernando Pessoa e todas as personagens
que ele criou
Se eu fosse poema
era eu e mais outros
Se eu fosse...
mas não sou
Não sou poeta, não sou poema, mas gosto de poesia, de poetas, de escritores e de
escritos de amigos e conhecidos
Gosto de poemas, mas não sou um poema
Sou assim... eu
quinta-feira, 1 de julho de 2010
máxima de José Régio
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